quinta-feira, 16 de abril de 2009

Orides Fontela

O "hai-kai" que diz só ela/orides fontela/é dela comenta de maneira muito precisa a originalidade essencial do trabalho da poeta paulista, obra densa, vertiginosa e regularíssima, apesar da brevidade de seus poemas, que tem na autoria seu aspecto mais evidente.
A reunião das obras completas de Orides pela Cosac e Naify é, mais que um evento editorial, um acontecimento humano notável que se desdobra em tudo o que proporciona a grande poesia: política, reflexão, emoção, pássaros, existência.
Há algo em Orides que, como em Clarice, ultrapassa a temática para abertura de sentidos múltiplos e infindáveis, e que advém sobretudo de um mundo interior extremamente complexo. Por isso lê-la nos faz querer também conhecê-la, perdida na miséria e no anonimato em que sempre viveu.

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