terça-feira, 17 de março de 2009

Ler Artaud

É possível que se diga que o mais relevante da obra de Artaud tenha-se diluído em seus comentadores (notadamente Derrida e Sontag) e na experiência assimilada pelo teatro ocidental (principal meio pelo qual refletiu o autor) de maneira geral.
Também pode-se dizer o mesmo sobre diversos outros autores (filósofos principalmente).
Em Artaud, no entanto, a escrita parece ser realmente a própria obra, na mesma proporção que suas idéias.
Artaud foi um dos grandes especuladores da linguagem humana e o conjunto de seus escritos é não somente registro dessa trajetória (que teve início com um livro de poemas e terminou com suas glossolálias) mas a própria trajetória em si, o que nos permite também experimentá-la.
Uma obra que foge de classificações, apesar de sua plasticidade, porque não pertence a nossa categorização literária. São palavras loucas do louco talvez mais são que tivemos.

2 comentários:

  1. Artaud se tivesse só escrito já bastava para subverter as idéias e ações poéticas de seu tempo e dos dias atuais.

    Marcelo Torres.

    ResponderExcluir
  2. recentemente li seu livro intitulado "Le théâtre et son double", penso que seja uma revolução na arte como um todo. Novos valores de teatralidade lançados no palco!

    ResponderExcluir