terça-feira, 24 de março de 2009

Vive L’amour

O diretor tailandês Tsai Ming Liang é um dos cineastas mais surpreendentes da nova geração oriental. Seus filmes possuem uma rara sobriedade plástica através da exploração de recursos como o silêncio, exclusão da trilha sonora e planos imóveis.
Em Vive L’amour, por meio de uma trama simples e engenhosa envolvendo algumas chaves, três jovens personagens – um vendedor de urnas funerárias, um camelô e uma corretora de imóveis – vivem, em uma casa vazia, encontros em que tentam em vão superar suas solidões urbanas.
Assim como em seu filme anterior, O Rio, Tsai Ming Liang coloca seus personagens por diversas vezes em frente ao espelho, num mergulho vertiginoso dentro de si mesmos.
O título do filme funciona como um trocadilho, já que o amor aqui é elogiado através da exposição de sua ausência.
Dizer mais não é preciso, pois um filme como este está, sobretudo, para ser visto. Posteriormente Tsai Ming Liang filmou trabalhos mais bem humorados, como O Gosto da Melância, sem no entanto deixar de questionar posturas contemporâneas.

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